sábado, 2 de novembro de 2013

Aproveite enquanto dá tempo!

Cristiano Vinicius Barbosa
 
Caro leitor, antes de começar nossa reflexão, um breve relato sobre a vida Lúcio  Anneo Sêneca, conhecido como Sêneca. Nascido em Córdoba, Espanha. Educado em Roma, advogado e membro do senado Romano, e magistrado. Responsável pela educação de Nero em 50 d.C. Escritor e grande filósofo, destacou-se por sua ironia na área literária da retórica romana. Deixou uma imensa contribuição para a sua época e para os nossos dias. Acusado de participar na conjuração de Pisão, recebe de Nero a ordem de suicidar-se, executando com o mesmo ânimo sereno que pregava a sua filosofia, morrendo em 65 d.C.

 Mas vamos ao que interessa!

Como você tem aproveitado a vida? De que forma? Sêneca nos ajuda a refletir sobre as questões que envolve a vida, como o tempo, a profissão, os relacionamentos cotidianos, e a consequência de nossos atos diários.


Assim, pensemos nas seguintes reflexões:

Sêneca: "Não temos exatamente uma vida curta, mas desperdiçamos uma grande parte dela. A vida, se bem empregada, é suficientemente longa e nos foi dada com muita generosidade para a realização de importantes tarefas”.

Como temos utilizado o tempo de vida que temos? Estamos gastando os “cartuchos” que temos em vão? Como estamos empregando o nosso tempo? Coisas úteis, ou vãs? Que tipo de tarefa temos cumprido na vida que nos fora dada?

Sêneca: “Não temos uma vida breve, mas fazemos com que seja assim”.
De que forma estamos dando ‘forma’ a nossa vida?

Sêneca: “Pequena é a parte da vida que vivemos. Pois todo o restante não é vida, mas somente tempo”.
A nossa vida tem sido resumida numa ‘pequena’ parte ou somente temos o ‘tempo’ como vida?

Sêneca: “Perscuta a tua memória: quando atingiste um objetivo? Quantas vezes o dia transcorreu como o planejado? Quando usaste o teu tempo contigo mesmo? Quando mantiveste uma boa aparência, o espírito tranquilo? Quantas obras fizeste para ti com um tempo longo? Quantos não esbanjaram a tua vida sem que notasses o que estavas perdendo?”.

Aí eu pergunto: Como temos usado o nosso espelho? Somente para refletir a aparência externa ou para nos projetar introspectivamente à nós mesmos, e ver o que está por detrás de tudo que nos envolve? A nossa carga horária profissional tem nos dado tempo para viver com as pessoas a quem amamos? Não será a hora de tomar uma decisão em prol do nosso bem estar, e daquele que nos ama?

Sêneca: “Nada está mais ‘longe’ do homem ‘ocupado’ do que viver, nenhuma coisa é mais difícil de aprender. Deve-se aprender a viver por toda a vida e, por mais que te admires. durante toda a vida se deve aprender a morrer”.

Somos tão ocupados não é? São tantos plantões... As ocupações exageradas nos tiram a beleza do momento da vida. Estamos realmente aprendendo a viver? E a morrer?

Sêneca: “Ninguém valoriza o tempo, faz-se uso dele muito largamente como se fosse gratuito. Ninguém te devolverá aquele tempo, ninguém te fará voltar a ti próprio. Uma vez lançada, a vida segue o seu curso e não o reverterá nem o interromperá, não o elevará, não te avisará de sua velocidade, transcorrerá silenciosamente”.
Corremos tanto, e a pergunta que fazemos é: onde chegaremos?

Sêneca: “A ‘expectativa’ é o maior impedimento para viver: levar-nos para o amanhã e faz com que se perca o presente”.
“Assim é o caminho da vida, incessante e muito rápido, que dormindo ou acordado, fazemos com um mesmo passo e que, aos ocupados, não é evidente, exceto quando chegam ao fim”.
Estamos tão ocupados que esquecemos de nós mesmos, e de quem amamos de verdade…

Sêneca: “É brevíssima a vida dos ocupados. Pobre daquele que, cansado mais de viver do que de trabalhar, sucumbe entre suas próprias ocupações”.

Sêneca: “Uma alma segura e tranquila pode correr por todos os momentos da vida; todavia, os espíritos dos homens ocupados estão sob um jugo, não podem se dobrar sobre si próprios, não podem se contemplar”.

Sêneca: “O tempo presente é brevíssimo, ao ponto de, na verdade, não ser percebido por alguns”.

Sêneca: “Muito breve e agitada é a vida daqueles que esquecem o passado, negligenciam o presente e temem o futuro. Quando chegam ao fim, os coitados entendem, muito tarde, que estiveram ocupados fazendo nada”.

Sêneca: “Toma um pouco do teu tempo para ti. Refugia-te nestas coisas mais tranquilas, mais seguras, mais elevadas!”

Como você percebeu, a Filosofia trabalha especificamente com questionamentos, e leva ou transporta-nos às nossas próprias vivências cotidianas, cabendo a nós mesmos, procurar as respostas. Como disse certa vez René Descartes: “Penso, logo existo”.
Então vamos pensar para a cada dia podermos existir, e sabermos viver a vida de forma intensa tanto na vida pessoal quanto na vida profissional.
Grande abraço.
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Referência Bibliográfica:
Sobre a brevidade da vida/Lúcio Anneo Sêneca; tradução Lucia Sá Rabello, Ellen Itanajara Neves Vrana, Gabriel Nocchi Macedo. – Porto Alegre: L&PM, 2012.