Você já deve ter ouvido o seguinte ditado: "respeito é bom e eu gosto!"...
Segundo o Dicionário Aurélio, respeito significa: "sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém; apreço, consideração, deferência, obediência, submissão, temor".
Jesus, o Cristo ensinou a seus discípulos e para uma multidão que "Em tudo façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam" (Evangelho de Mateus 7.12). Com outras palavras: "o que eu desejo para mim devo fazer pelo o outro".
Entretanto, não é o que vemos nos canais de comunicações e em redes sociais, onde milhares de idosos são agredidos das mais variedades e criatividades possíveis. Assim, esta postagem tem como objetivo te levar a uma reflexão profunda sobre a necessidade do "respeito" que todos os idosos precisam:
No Brasil o processo de
envelhecimento populacional está ocorrendo de forma rápida e em todas as
regiões do país. A partir da década de 60, com a redução da fecundidade,
observam-se mudanças profundas na distribuição etária, a qual possuía, por
exemplo, nos anos 70 uma proporção idosa de 5.1% e em 2000 esta aumenta para
8.6%. O aumento da expectativa de vida representa um ganho para a sociedade e
traz repercussões nos setores social e de saúde. Gastos previdenciários,
diminuição proporcional da população economicamente ativa, manutenção da rede
de suporte social, aumento do índice de condições crônicas e problemas
socioeconômicos, que contribuem para aumentar o risco de idosos com dependência
física e social – estes são alguns dos problemas advindos de tal processo
(CARREIRA, L.; RODRIGUES, R. A. P., 2010, p. 934).
Nas últimas três décadas, a
população brasileira vem envelhecendo em ritmo mais acelerado devido,
principalmente, à rapidez com que declinam as taxas de fecundidade (JOIA, L.
C.; RUIZ, T. DONALÍSIO, M. R., 2007, p.132).
No Brasil, ocorre em ritmo
acelerado, acarretando modificações nas políticas e constituindo-se em um dos
grandes desafios da Saúde Pública. Segundo a Organização Pan-Americana de
Saúde, o Brasil está entre os países que aumentam mais rapidamente o índice de
envelhecimento e, de acordo com projeções para o ano de 2025, haverá 46 idosos
para cada 100 pessoas menores de 15 anos. No panorama atual, as transformações
vivenciadas em decorrência do processo de envelhecimento populacional acelerado
acarretam mudanças no perfil epidemiológico brasileiro (DUQUE, A. M. et al.,
2012, p. 2200).
Atualmente, no Brasil, os idosos
representam cerca de 10% da população geral. O censo demográfico brasileiro de
2000 evidenciou que 15,5 milhões de pessoas têm 60 anos ou mais, projetando um
crescimento para 18 milhões até 2010 e 25 milhões até 2025 (TAVARES, D. M. S.;
OLIVEIRA, J. C. A., 2009, p. 775).
O envelhecimento populacional é um
fenômeno mundial que tem gerado reflexão e discussão no meio acadêmico, nos
serviços de saúde, nas instâncias governamentais e, não governamentais.
Compreender e vivenciar o envelhecimento populacional, de forma positiva ou
negativa, está relacionado ao olhar das
outras gerações, isto é, à forma como as demais gerações interpretam e
vivenciam o processo de envelhecer, mas também, está atrelado ao modo como os
idosos se percebem e constroem o seu envelhecer. É necessário compreender que o
envelhecimento é um processo complexo, geralmente associado a doenças,
incapacidades, dependência e perda da autonomia (FLORES, G. C. et al., p. 468).
Segundo a Organização das Nações
Unidas (ONU), em seu último relatório técnico, “Previsões sobre a população
mundial”, elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, em 2050
o número de pessoas com mais de 60 anos de idade será cerca de três vezes maior
do que o atual. Os idosos representarão cerca de um quinto da população mundial
projetada, ou seja, 1,9 bilhões de indivíduos (do total de 9 bilhões), o que
torna urgente a necessidade de estudos e investigações que contribuam para a
melhoria e/ou manutenção da saúde e qualidade de vida nessa faixa etária (DIAS,
D. S.; CARVALHO, C. S.; ARAUJO, C. V., 3013, p. 128).
Segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD), o perfil etário brasileiro, em 2009, era de 21
milhões de pessoas idosas, e para 2025 a estimativa é crescente, com
expectativa de 33 milhões de pessoas acima de 70 anos (CASTRO, A. P. et al.,
2013, p. 1284).
Segundo
os dados do perfil dos idosos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- IBGE (2000), em 1950 havia cerca de 204 milhões de idosos no mundo, e em 1998
- quase cinco décadas depois - este contingente alcançava 579 milhões de pessoas,
um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam
que, em 2050, a população idosa será um montante equivalente à população infantil
de 0 a 14 anos de idade.
Segundo
Andrade, A. N. et al. (2012, p.748) “o termo idoso frágil foi utilizado oficialmente pela primeira vez,
em 1970, pelos membros do Federal Council
on Aging (FCA) dos EUA, com a finalidade de descrever idosos que viviam em
condições socioeconômicas desfavoráveis e apresentavam fraqueza física e
déficit cognitivo que, com o avanço da idade, passavam a exigir maior demanda
de cuidados; os atributos da fragilidade em idosos evidenciados na literatura
são: vulnerabilidade a estressores biopsicossociais e ambientais, alteração na
marcha e redução da força de preensão manual”.
Segundo
Rocha, I. A. et al. (2009, p. 692) “o preconceito de idade caracteriza-se em
que as necessidades e os interesses dos idosos recebem menos atenção do que a dos jovens; refletindo uma tendência de
associar indevidamente a velhice a algo negativo e não como uma fase da vida
que tem aspectos positivos e negativos; existem estratégias que podem
contribuir com a qualidade de vida do idoso, como a espiritualidade, o diálogo, o apoio familiar, o perdão, o lazer, a
procura de um especialista, amar; a estratégia mais utilizada para o
fortalecimento é a espiritualidade, é
na oração e no cultivo de esperanças
movido pelo desejo de conquista; a fé
vem ganhando cada vez mais credibilidade no conceito da biomedicina, pois
vários foram os momentos em que se percebeu o poder dela na cura, é preciso não
subestimar os riscos das conseqüências de uma religiosidade”.
Segundo
Horta, A. L. M et al. (2010, p.526) “a espiritualidade
pode ter uma dimensão central na vida dos idosos relacionada ao surgimento, à
manutenção e às possibilidades de atenuação de agravos a saúde física e mental;
a busca de espiritualidade com o avançar da idade é fonte importante de suporte
emocional, práticas e crenças religiosas parecem contribuir decisivamente pra o
bem-estar na velhice, a fé constitui
um modo de pensar construtivo, é um sentimento de confiança de que acontecerá o
que se deseja, a fé em Deus é um sentimento arraigado na nossa cultura e é tão
necessária quanto são outros modos de enfrentamento”.
Segundo Camacho, A. C.;
Coelho, M. J., (2010, p. 283) “o envelhecimento é hoje, uma realidade que não
pode ser ignorada na maioria das sociedades desenvolvidas e em desenvolvimento,
tornando-se temática relevante do ponto de vista científico e de políticas
públicas, mobilizando pesquisadores e promotores de políticas sociais, na
discussão do desafio que a longevidade humana está colocando para as
sociedades; em geral temos uma população idosa heterogênea em diversos aspectos
sociais, econômicos, de gênero, culturais, psicológicos dentre outros; diante
disso, observa-se a importância do planejamento de políticas da população
idosa”.
Segundo Joia, L. C., et
al. (2001, p.132) “satisfação é um fenômeno complexo e de difícil mensuração,
por se tratar de um estado subjetivo. Define com maior precisão a experiência
de vida em relação às várias condições de vida do indivíduo; o julgamento da
satisfação depende de uma comparação entre as circunstâncias de vida do
indivíduo e um padrão por ele estabelecido; satisfação reflete, em parte, o
bem-estar subjetivo individual, ou seja, o modo e os motivos que levam as
pessoas a viverem suas experiências de vida de maneira positiva”.
Segundo
Uchôa, E. (2003, p.850) “para que possamos desenvolver intervenções adequadas
às características sociais e culturais da população idosa, é preciso conhecer um pouco mais sobre a maneira
como os idosos brasileiros envelhecem, como atribuem significados a este
período de suas vidas ou como interagem à sua experiência”.
Segundo
Rocha, I. A. et al. (2009, p.688) “entende-se que envelhecer de maneira
saudável e manter o bem-estar na velhice significa ter saúde num sentido mais
amplo; seria o equilíbrio entre o bom estado de saúde física somado aos
sentimentos de respeito, segurança, oportunidade de participar da sociedade de
acordo com as suas limitações e posteriormente ser reconhecido pela
contribuição, logo se torna propícios que haja políticas, que invistam em
programas para incentivar a população estimando a redução dos índices de
abandono, bem como problemas sociais vivenciados pelos idosos”.
Assim, precisamos nos conscientizar que o idoso é frágil, apesar da autonomia e da melhor qualidade de vida que alguns tem, mas mesmo assim, precisamos ficar atentos e perceber que eles precisam de nosso apoio.
Precisamos proporcionar momentos de lazer, de segurança, de satisfação, e de conforto, para que eles continuem se sentido seres humanos úteis dentro do seu convívio familiar e social.
Cristiano Vinicius Barbosa.
Referências Bibliográficas:
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RODRIGUES, R. A. P. Dificuldades dos familiares de idosos portadores de doenças
crônicas no acesso à Unidade Básica de Saúde. Revista Brasileira de Enfermagem,
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DUQUE, A. M. et al. Violência contra o idoso no ambiente doméstico: prevalência
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3. JOIA, L. C.;
RUIZ, T.; DONALÍSIO, M. R. Condições associadas ao grau de satisfação com a
vida entre a população de idosos. Revista Saúde Pública, 2007; 41(1): 131-8.
4. OLIVEIRA, J.
C. A.; TAVARES, D. M. S. Atenção ao idoso na estratégia de Saúde da Família:
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5. FLORES, G. C.
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cuidador. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre (RS) 2010, set; 31(3):
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6. DIAS, D. S.
G.; CARVALHO, C. S.; ARAUJO, C. V. Comparação da percepção subjetiva de
qualidade de vida e bem-estar de idosos que vivem sozinhos, com a família e
institucionalizados. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de
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7. CASTRO, A. P.
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& Saúde Coletiva, 18(5):1283-1292, 2013.
8. INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Fonte: www.ibge.gov.br
9. LAKATOS, E.
M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. 5ª Ed. – São Paulo:
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mental do idoso. Rev. Bras. Enferm, Brasília 2009 set-out: 62(5): 687-94.
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família. Rev. Bras. Enferm, Brasília 2010 jul-ago: 63(4): 523-8.
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C. L. F. Políticas públicas para a saúde do idoso: revisão sistemática. Rev.
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14. UCHÔA, E.
Contribuições da antropologia para uma abordagem das questões relativas à saúde
do idoso. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(3): 849-853, mai-jun, 2003.
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